O conceituado e famoso médico neuropsiquiatra Dr.Ruy Palhano declara que a inveja é o pior sentimento do ser humano.
O termo inveja porém do latim invadia, "olhar torto, lançar mau-olhado sobre", de IN, "em", mais VIDERE,
"olhar". Segundo Aurélio trata-se de um desgosto profundo ou pensar pelo bem ou pela felicidade de outrem. É um estado de espirito, um sentimento permanente e continuo de desejar ser o que é o outro. expressar-se nas relações humanas sempre foi o objetivo de interesses filósofos, de escritores e estudiosos de comportamento humano, embora ainda seja pouca conhecida suas causas neurofuncionais e comportamentais.
O invejoso é dominado por um sentimento de cobiça que se manifesta de forma incontrolável acerca da felicidade, de superioridade ou de qualquer outro valor de outrem. A inveja, como nos diz Aurélio, traduz "um desejo violento de possuir um bem aleio" e provoca nas pessoas uma tristeza profunda de desgosto inexplicável proveniente da prosperidade ou fortuna aleia. Isto é, desenvolvem desejo excessivo de possuir o bem do outrem.
Portanto, uma das bases vivenciais da inveja é o desejo violento de possuir o que é do outro ou sê-lo. Esse desejo, às vezes mórbido, está carregado de muito ódio e fúria, por isso mesmo procura atingir o outro para se empossar daquilo que é o objeto da inveja.
Para alguns, inveja seria um dos sete "pecados" capitais, além da soberba, orgulha, luxuria, gula, preguiça e avareza. No cristianismo, inveja é um sinônimo de ganância, ou seja, é a vontade exagerada de possuir qualquer coisa é um desejo descontrolado, uma cobiça de bens materiais e dinheiro. Para a igreja a inveja é considerada pecado porque o invejoso "ignora suas próprias bençãos e prioriza o status de outra pessoa no lugar do próprio crescimento espiritual. é o desejo exagerado por posses status, habilidades e tudo que outra pessoa tem e consegue. O invejoso ignora tudo o que é e possui para cobiçar que é do próximo".
Do ponto de vista saúde mental, considera-se que é inveja é um fenômeno disfuncional que ocorre nos indivíduos que se expressa nas relações humanas, especialmente quando essa vivencia provoca rupturas nas relações sociais, dor e sofrimento. De tal forma que o desejo o que os outros tem ou são e querer esses valores é algo normal e natural que poderá até favorecer o crescimento do individuo. Todavia, quando esse comportamento é proeminente e se torna uma característica marcante da personalidade, ao ponto de interferir negativamente nas relações sociais, gerando dor e sofrimento, estamos diante de um problema psicopatológico grave. Sobe o aspecto psiquiátrico, invejar é uma condição que sugere e se desenvolve ao longo do desenvolvimento da personalidade, aparece precocemente na infância e se desenvolve de forma progressiva ao longo do tempo. Como todos os transtornos psiquiátricos, esse também apresenta gradações em seu curso e expressão variando seus níveis de gravidade.
Desses transtornos, os que mais apresentam esse problema é o Transtorno da Personalidade tipo Boderline, que tem como principais características clinicas: baixa auto-estima, carência de si mesmo e dos outros, desconfiança acentuadas nas relações sociais, auto-imagem prejudicada. Alem dos mais trata-se de pessoas inseguras, às vezes violentas, desconfiadas, que se empoe nas relações com ar de dominação e arrogância.
São, em geral manipuladoras e a inveja participa como um traço importante no conjunto dos seus problemas.
Muitas vezes são pessoas imaturas, que levam a vida e seus compromissos com muita dificuldade. Apresenta-se frequentemente irritáveis, explosivos com oscilações frequentes de humor impacientes e agressivos.
Portanto não devemos repudiá-los e sim ajudar a superar seus problemas. O tratamento médico e a psicoterapia cognitivo-comportamental são boas ferramentas terapêuticas para ajudar essa pessoas. Outros fatores como a utilização de medicamentos que ajudam a melhorar a auto estima a melhorar o humor e controlar os impulsos agressivos são os mais indicados para o manejo clinico.
Há outros eventos que podem colaborar com o surgimento do comportamento invejoso: privações efetivas prolongadas, traumas prematuros por separações conjugais, perdas emocionais significativas, que podem interferir na formação da personalidade e do carácter, provocando alterações comportamentais e psicossociais de tal forma que a inveja apareça entre as principais carateristas da personalidade.
Ruy Palhano médico neuropsiquiatra.
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